sábado, 30 de junho de 2018
Mercado nervoso
Tesouro
usou R$ 20 bilhões de colchão da dívida para acalmar mercado
Publicado
em 29/06/2018 - 17:46
Por Wellton
Máximo – Repórter da Agência Brasil Brasília
Em um mês de atuação no mercado, o Tesouro Nacional
gastou R$ 20,651 bilhões na recompra de títulos públicos. A informação foi
divulgada hoje (29) pelo órgão. O papel mais retirado de circulação foi a Nota
do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), título prefixado de longo prazo, cujas
recompras somaram R$ 11,175 bilhões.
Em seguida, o Tesouro recomprou R$ 6,176 bilhões de
Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B), título corrigido pela inflação.
Por fim, o governo tirou de circulação R$ 3,299 bilhões de Letras do Tesouro
Nacional (LTN), título prefixado de médio prazo.
Desde 28 de maio, durante a paralisação dos
caminhoneiros, o Tesouro tem usado o colchão da dívida pública – reserva de
recursos financeiros – para recomprar títulos federais e reduzir a volatilidade
no mercado. O colchão da dívida, que cobre cerca de sete meses de vencimentos
de títulos do Tesouro, passou de R$ 575 bilhões para cerca de R$ 555 bilhões
nos últimos 30 dias.
De acordo com o Tesouro, as recompras têm como
objetivo diminuir a instabilidade no sistema financeiro, fornecer um
referencial de preços para o mercado e diminuir o risco de papéis prefixados de
prazo mais longo e taxas maiores em circulação.
Normalmente, os investidores que querem se desfazer
dos títulos públicos e embolsar os ganhos até o momento os vendem no chamado
mercado secundário, onde os papéis já emitidos pelo Tesouro trocam de mãos. No
entanto, em momentos de instabilidade, como o atual, o excesso de vendedores no
mercado secundário faz o preço dos títulos despencar.
Para evitar que os investidores vendam papéis com
elevado deságio, o Tesouro Nacional entra no mercado para comprar títulos,
pagando preços melhores. Ao atuar no sistema financeiro, o Tesouro também
fornece uma referência para o mercado secundário, que terá que oferecer preços
mais atraentes para os investidores que querem se desfazer dos papéis. Para o
governo, a recompra ajuda ainda a retirar do mercado papéis mais afetados pela
turbulência financeira, reduzindo o custo da dívida pública para o Tesouro.
Além de recomprar papéis, o Tesouro fez leilões
extraordinários. Nesses leilões, o governo oferece lotes menores que os
habituais com títulos de prazos mais curtos. Desde 7 de junho, o Tesouro vendeu
R$ 1,542 bilhão em leilões extraordinários. Desse total, foram vendidos R$
636,5 milhões em NTN-F, R$ 542,6 milhões em NTN-B e R$ 362,7 milhões em LTN.
Atuações
O Tesouro Nacional informou que a intensidade das
atuações, de agora em diante, dependerá das condições do mercado e serão
reavaliadas a cada sete dias. O órgão anunciou hoje a atuação na próxima
semana.
Os leilões tradicionais de NTN-F da semana que vem
serão cancelados. Haverá leilão de recompra de NTN-B na terça (3/7) e de
recompra de NTN-F na quarta (4/7). Na quinta-feira (5/7), o leilão tradicional
de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), papel corrigido pela taxa Selic (juros
básicos da economia), está mantido. O Tesouro, no entanto, definirá na última
hora se fará o leilão tradicional de LTN previsto também para a próxima quinta.
Saiba mais
Edição: Denise
Griesinger
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