terça-feira, 15 de maio de 2018
Banco público com resultado
BNDES
fechou primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 2,06 bilhões
Publicado
em 14/05/2018 - 15:11
Por Akemi
Nitahara – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou o primeiro trimestre de 2018
com um lucro líquido de R$ 2,06 bilhões. O resultado, divulgado hoje (15),
decorre da queda nas despesas com provisão e na inadimplência, além do
crescimento de R$ 322 milhões do resultado com derivativos embutidos em
debêntures. Também influenciaram o resultado o crescimento de R$ 209 milhões
nas alienações de participações societárias e o aumento de R$ 183 milhões na
receita com dividendos e juros sobre capital próprio.
Segundo a contadora do banco
Evânia Borgerth, que ocupava o cargo de superintendente de Controladoria no
primeiro trimestre e apresentou o demonstrativo financeiro, o resultado líquido
teve aumento de 453,4% em relação ao primeiro trimestre de 2017. Para ela, o
número é explicado pelo cenário que passou o Brasil no exercício de 2016.
BNDES registrou lucro de R$ 2,06 bilhões no
trimestre (Arquivo/Agência Brasil)
“Em 2016 nós ainda tínhamos um
nível de incerteza com relação à economia bastante elevado. Com isso, nossos
indicadores de inadimplência em 2016 começaram a subir. Como historicamente a
nossa inadimplência era baixa, então naquela época a gente começou a fazer
provisões mais representativas e no primeiro trimestre de 2017 ainda estávamos
nessa metodologia de aumentar o nosso provisionamento para risco de crédito”.
Evânia explicou que, no primeiro
trimestre de 2017, o banco constituiu provisões de R$ 3,3 bilhões e, a partir
de meados de 2017, o cenário econômico melhorou e houve redução de R$ 301
milhões da despesa com provisão para perdas em investimentos no trimestre
fechado em março.
“A inflação começou a ficar
controlada, a economia começou a mostrar sinais de recuperação, o investimento
até a voltar. Com isso, a nossa necessidade de provisionamento caiu. Ao
contrário, nesse primeiro trimestre a gente até conseguiu reverter parte de
provisão que tinha feito no passado”, disse.
BNDESPAR
Outro fator para o balanço
positivo foi a participação dos investimentos da BNDESPAR, subsidiária de
participações acionárias do Sistema BNDES, que teve lucro líquido de R$ 570
milhões. “As bolsas também sofriam as mesmas incertezas que a gente, com
relação ao provisionamento. Então para elas também o mercado melhorou, as
posições, as cotações de mercado se elevaram. Com isso o banco conseguiu fazer
alienações de forma muito mais rentável do que aquela verificada no primeiro
trimestre de 2017”, explicou.
No primeiro trimestre de 2018, o
lucro líquido da BNDESPAR teve queda de 46% diante do resultado de R$ 1,24
bilhão no primeiro trimestre de 2017. A queda ocorreu pela provisão para perdas
na carteira de debêntures de R$ 1,31 bilhão. O resultado líquido com alienações
de participações societárias foi de R$ 831 milhões e o principal desinvestimento
realizado pela BNDESPAR foi a alienação de ações da Petrobras, que é
responsável por mais de 90% do resultado com alienações.
Segundo o balanço, houve uma leve
queda nos ativos totais, que passaram de R$ 867,5 bilhões no trimestre
encerrado em dezembro de 2017, para R$ 860,1 bilhões no período encerrado em
março. Evânia destacou que o mais importante é o resultado do patrimônio
líquido, que aumentou de R$ 62,8 bilhões em dezembro para R$ 74 bilhões em
março.
Sobre a diminuição nas receitas
com Operações de Crédito e Repasses , de R$ 12,8 bilhões no primeiro trimestre
de 2017 para R$ 10,4 bilhões nesse, Evânia disse que a tendência de queda se
mantém desde 2015. “Por tendência, a demanda por novos investimentos vêm caindo
desde 2015, em função das incertezas do mercado. Então, com isso, a nossa
carteira média cai, porque os clientes da carteira que já estão lá vão pagando
os seus empréstimos e, o que era normal, que novos clientes entrassem ou que
aqueles clientes tomassem novos empréstimos. Isso vem acontecendo num ritmo
mais lento do que o pagamento, daí a nossa carteira média cai”.
Além disso, segundo ela, a queda
no período das taxas médias de juros que incidem sobre a carteira de negócios
do BNDES também contribuiu para essa queda da receita. Esse declínio da
carteira média no período também influenciou o produto de intermediação
financeira, que passou de R$ 4,51 bilhões no primeiro trimestre do ano passado
para R$ 2,57 bilhões no mesmo trimestre de 2018.
Apesar da inadimplência de 30
dias ter apresentado ligeiro crescimento, passando de 2,12%, em dezembro de
2017 para 2,24% em 31 de março, a taxa de inadimplência de 90 dias apresentou
queda, passando de 2,08% em dezembro de 2017 para 1,62% em março de 2018.
Se não forem levadas em conta as
operações que têm garantia da União, o índice de inadimplência do BNDES seria
de 0,98% para 30 dias e de 0,36% para 90 dias. Já o índice de renegociação
cresceu de 3,62% dezembro para 5,18% em março, principalmente por causa das
dívidas dos estados.
Edição: Fernando
Fraga
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