terça-feira, 16 de abril de 2019
Reajuste mínimo
Política de
reajuste do mínimo será definida posteriormente
Ministério da
Economia diz que LDO apenas prevê valor
Publicado em 15/04/2019 - 19:43
Por Wellton
Máximo e Jonas Valente – Repórteres da Agência Brasil Brasília
A
proposta de salário mínimo de R$ 1.040 para o próximo ano representa apenas uma
estimativa, disse hoje (15) o secretário especial de Fazenda do
Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Segundo ele, o projeto da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 apenas trouxe uma previsão de valor,
baseada na reposição da inflação.
A
política de correção do mínimo, informou o secretário, será apresentada nos
próximos meses. “O aumento do salário mínimo é apenas paramétrico, usando
a correção pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]. Estamos
colocando esse valor como previsão. Não é a política do salário mínimo. O
governo tem até dezembro para apresentar, e assim o faremos”, declarou. Ele
calcula que cada aumento de R$ 1 no mínimo terá impacto de R$ 298,2 milhões no
Orçamento.
Até 2019,
o salário mínimo, atualmente em R$ 998, era corrigido com base na inflação do
ano anterior pelo INPC e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma
dos bens e serviços produzidos) de dois anos anteriores. Como a vigência da lei
acaba este ano, o governo terá de apresentar um projeto de lei se quiser
definir uma política de reajuste para o mínimo ou deixar o valor ser negociado
no Orçamento de cada ano.
Alerta
O projeto
da LDO de 2020 prevê que as despesas discricionárias (não obrigatórias) caiam
dos R$ 120 bilhões aprovados no Orçamento de 2019 para R$ 99,8 bilhões em 2020,
R$ 90 bilhões em 2021 e R$ 71,9 bilhões em 2022. Segundo Rodrigues, somente a
aprovação de reformas que reduzam o volume de despesas obrigatórias, como os
benefícios da Previdência Social, o governo terá o Orçamento cada vez mais
comprometido e com menos capacidade para investimentos como obras públicas.
Ele, no entanto, afastou o risco de shutdown (interrupção de
serviços públicos por falta de dinheiro).
“O quadro
de gravidade mostra que precisamos de reforma. Com esse valor para despesas
discricionárias, teremos forte pressão, mas ainda não é shutdown.
Quando as despesas obrigatórias crescem, o espaço que temos para as
discricionárias [não obrigatórias] é comprimido. Historicamente temos observado
que os investimentos têm sido item preferencial onde se tem redução. Por isso
mesmo, precisamos reduzir despesas obrigatórias”, declarou Rodrigues.
Edição: Nádia Franco
Tags: LDOSALÁRIO MÍNIMO
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