quarta-feira, 20 de abril de 2016
Pagar para ver propaganda? Jamais! BENDITA NETFLIX!
Netflix não é ameaça: TV paga
está perdendo para si mesma no Brasil
Apenas 16% dos usuários que
assinam Netflix cancelam o serviço de televisão por assinatura, segundo um
estudo da consultoria TDG Research. Considerada grande vilã pela operadoras
brasileiras, que já ameaçaram até boicote ao serviço, a empresa de streaming não
representou problema real à TV paga no país, que tem perdido clientes por outro
motivo.
A questão, na realidade, é muito
difícil de encontrar uma resposta. Apesar do discurso, as próprias operadoras
negam que o serviço de streaming, que não para de ganhar popularidade, cause cancelamentos por
parte dos clientes. No entanto, há falta de dados sobre o assunto, o que
complica qualquer conclusão para a questão.
Analisando os dados, no entanto,
dá para apontar um grande culpado pela queda nas assinaturas de televisão paga
do país. É o que se pode considerar um gol contra: a TV por satélite perdeu 830
mil clientes no ano de 2015, enquanto a televisão a cabo ganhou 296 mil novos
consumidores, e a TV em fibra foi adquirida por mais 75 mil casas.
Mas esses clientes que deixaram a
TV por satélite não optaram pela Netflix. Acontece que este serviço atinge
muito mais regiões do país de menor densidade, onde geralmente não vale a pena
instalar cabos. Assim, opta-se pelo serviço chamado Direct to Home, ou DTH, a
televisão via satélite. E, nos lugares com menor densidade populacional, há
mais pobreza. E, onde há mais pobreza, há mais gente afetada pela crise.
Gráfico: Época Negócios
Claro que a TV por satélite
possui uma base bem grande também nas cidades, já que é um serviço mais barato,
com opções mais vantajosas à classe C do que a televisão a cabo. Mas, de novo,
é justamente essa a classe mais afetada pela crise. E, nesses tempos, serviços
não essenciais, ligados ao lazer, são os primeiros a serem cortados.
E a opção não foi de troca da
televisão via satélite pela Netflix. Para conseguir acessar o serviço de
streaming é necessário uma conexão de, no mínimo, 1,5 Mbps, de acordo com a
própria empresa. Conexões de mais de 2 Mbps já chegam a mais de dois terços dos
domicílios brasileiros, mas é difícil imaginar que uma família que opta por
cortar a televisão DTH prefira pagar internet banda larga e assinatura da
Netflix ao mesmo tempo.
Mais números para comprovar que o
streaming não está matando a TV a cabo? Em 2015, a NET somou mais 365 mil
clientes ao seu serviço. Enquanto isso, empresas de TV por satélite
despencaram: Claro TV perdeu 650 mil assinantes, o equivalente a um quinto de
sua base, enquanto a Sky viu 199 mil clientes desistirem do serviço, e a Oi
ficou com 134 mil assinantes a menos. Esta última pode culpar a própria
estratégia, uma vez que, depois de entrar com preços agressivos no mercado em
2014, resolveu mudar, oferecendo os combos com TV, internet e telefone por um
valor menor, enquanto só a TV seria mais cara. Isto afasta a classe C, que quer
apenas o serviço mais em conta.
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