"Com a dificuldade em conseguir documentos, os imigrantes acabam aceitando condições abusivas de moradia. Assim como nós, os imigrantes também enfrentam a especulação no preço dos alugueis. No entanto, com a dificuldade com o idioma e sem comprovar renda, eles acabam pagando até o dobro do que o aluguel seria em condições normais. Além disso, há casos em que o imigrante está residindo em um imóvel e, sem aviso prévio, acaba sendo despejado ou tem que que pagar reajustes abusivos. São muitas denúncias nesse sentido", relata o coordenador de Política para Imigrantes em SP, Paulo Illes.
“A documentação é provisória é uma barreira, pois setor econômico usa isso como justificativa para elevar preços. Portanto, precisamos entregar com mais agilidade a documentação dos imigrantes”, explica Illes.
Outra opção encontrada pelos imigrantes é viver em ocupações no centro de SP. Além disso, a Coordenação de Imigrantes da Prefeitura também destaca que os estrangeiros estão buscando moradia em regiões da periferia, como nos bairros de Guaianases, São Matheus e Itaim Paulista, na zona leste paulistana, onde o aluguel é mais barato.
Em 2015, organizações da sociedade civil e a Prefeitura de SP realizaram uma série de encontros para discutir saídas para a crise. A conclusão é que a situação de moradia para os imigrantes é “dramática”.
“Esse (moradia) é o principal desafio. Objetivo é mostrar que os imigrantes têm direitos. Por mais que existam parceiros, sempre surgem grupos que tentam jogar nos imigrantes a responsabilidade de tantos problemas que temos na cidade”, critica Illes.
Secretaria Municipal de Habitação afirma que há opções para os imigrantes
Questionada sobre a situação, a Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo afirma que os imigrantes podem participar do processo de seleção para o Programa Minha Casa Minha Viva e se inscrever no Cadastro de Demanda Habitacional disponível no portal da COHAB.
De acordo com a pasta, mesmo sem o RNE (Registro Nacional de Estrangeiros), os imigrantes podem se cadastrar no programa do governo federal. O documento só será solicitado na ocasião da assinatura do contrato com a CAIXA.
Os imigrantes com renda familiar de até R$1.600,00 também podem procurar o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para informações sobre como se cadastrar no Programa Bolsa Família.
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